Aquela que faz o insensível chorar
Nas noites de lua cheia iluminada
Faz no amor impossível acreditar
Esperando o beijo de sua amada
Aquela que faz o analfabeto ler
Nos olhos de sua musa querida
As palavras que não sabe escrever
Mas que conjuga ao amor de sua vida
Aquela que diz de modo diferente
Para os ouvidos apaixonados
O que é comum pra todo gente
Mas só a escutam os privilegiados
Aquela que beija tua boca com palavras
Que rabisca no teu peito uma história
Palavras que do amor são escravas
Aprisionadas em rimas de amor e glória
Aquela que embeleza seus amores
Que torna bela a feia mais triste
Que enriquece com seus sabores
A musa mais insossa que existe
Aquela que faz o coração carente
Ter esperança do amor conhecer
Que transforma o cético em crente
Que faz a noite escura alvorecer
Aquela que acalenta o homem solitário
Que tece os sonhos da mulher esquecida
Que sonha com seu príncipe imaginário
Que ao ouvido vai chamá-la de querida
Aquela que faz do homem um poeta
Que faz da mulher brilhante poetisa
Que torna dia frio em aventura secreta
Que torna dia quente em suave brisa
Aquela que faz o cego enxergar
As cores vibrantes da felicidade
Quem ama com olhos de amar
Mesmo cego encontra claridade
Aquela que chamamos de sexta arte
Que com rimas admira, louva, elogia
Que da literatura é a melhor parte
A noiva do amor infinito, a poesia.
Raimundo Salgado Freire Júnior